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HISTÓRIAS EM QUADRINHOS - ARTE COM MUITA OFICINA (7)

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Por: José Ruy

Continuamos com o estudo sobre as pranchas de Harold Foster que eram publicadas em jornais e revistas que não respeitavam o formato original.

Portanto, não sendo as páginas desenhadas por Harold Foster concebidas para sofrerem alteração na disposição das vinhetas, verifiquei um caso, estranho para mim.
Qual teria sido então a razão desta página ser concebida com a segunda vinheta dividida, sendo ela inteira, como se fosse para a encaixar da maneira hipotética (e da minha responsabilidade) que apresento?
Como se vê, não faz sentido essa hipótese, pois se por um acaso a prancha fosse reorganizada ao alto, ficaria no final um espaço em branco com a falha de uma vinheta. Porque foi esta segunda vinheta cortada pelo meio, em vez de ser mantida inteira? Para mim tem sido um mistério.
Mas esta estrutura de página inteira prejudicou gravemente a série quando, fora dos Estados Unidos, muitas revistas publicaram o «Prince Valiant» em outros formatos. Para não reduzirem tanto toda a página, separaram as vinhetas e fizeram uma montagem de corte à tesoura que mostro:
Trata-se de uma publicação da «Editorial Lord Cochrana» do Rio de Janeiro, à volta dos anos 50 do século XX. Como as vinhetas não se prestavam a uma adaptação ao formato, 25,5 cm por 18 cm, ou não a souberam fazer, cometeram um dos maiores atentados que conheço à obra de Foster. Cortaram figuras a meio e, em cenas que o desenhador preparara a composição de modo a chamar a atenção para um determinado pormenor, esse importante detalhe foi simplesmente amputado. Chegaram ao ponto de acrescentar «rabiscos» ao desenho do autor, sem necessidade, como assinalo na reprodução junta.
Um verdadeiro crime que escapou às malhas das leis da «King Features Syndicate», sempre tão atenta e exigente. Incompreensível. Condenável!
(continua)

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